não fazia ideia de quão importante podia ser um dia de sol para mim.
há cinco anos ficávamos fechados em casa. foram tempos doidos, inimagináveis. a vida mudou desde então. mudaria de qualquer forma, mas mudou mais depressa. tivemos que reinventar muitas coisas, para o bem e para o mal. tenho a sensação que o COVID foi ontem, mas não.
hoje de manhã quando falava disso com com a minha filha de 10 anos disse-lhe: tinhas 5 anos. C I N C O
nunca imaginei que um dia pudéssemos viver daquela forma. gostei da experiência desse tempo. tudo era precioso porque a morte podia estar no mais doce pacote de açúcar. continuámos a fazer as nossas coisas: íamos às compras, passávamos tardes no jardim do palácio do beau séjour, fazíamos pique-niques no parque do calhau. víamos os nossos amigos às escondidas, os vizinhos tornaram -se família, inventavamos mentiras por causas tão nobres como querer estar com as pessoas de quem gostamos.
depois disso o mundo tornou-se outro.
chovia no dia 13 de março à noite. eu tinha ido jantar com o manel à sereia, ali por trás da gulbenkian, e que entretanto fechou. quando saímos do restaurante não havia ninguém na rua, o cenário era assustador. praça de espanha e avenidas em volta desertas.
também não voltaremos a ver a cidade daquela forma.
acho.
espero.
ter a torre de belém só para nós foi épico
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