cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes * philippe besson

one of the secrets of a happy life is continuous small treats * iris murdoch

it's a relief sometimes to be able to talk without having to explain oneself, isn't it? * isobel crawley * downtown abbey

carpe diem. seize the day, boys. make your lives extraordinary * dead poets society

a luz que toca lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nos * mia couto





20.6.25

Caramelo

Adoro caramelo. 

Em termos de iguarias é dos meus sabores preferidos nos gelados, sou maluquinha por caramelo de manteiga salgada que escolho, sempre que posso, nos crepes. 

Sempre gostei daqueles caramelos que se iam buscar a Badajoz, sob pretexto de se ir ao estrangeiro. Ainda hoje me pergunto, tantos rebuçados desses depois, como é que ainda tenho os dentes em cima das gengivas.

Houve uma época em que gostava de comprar caramelos numa pequena loja de cafés, que já não existe, na Rua Nova do Almada.

A minha relação com o caramelo é sensorial, afectiva.

Vi o filme Caramelo, de uma realizadora libanesa de que gostei. Achei graça chamar-se assim. O filme, que conta com cinco personagens femininas, passa-se essencialmente num salão de beleza. A cera quente lembra o caramelo. Do resto pouco mais me recordo.

Acho graça que digam que alguma coisa está em ponto de caramelo, para aproximar essa ideia da perfeição. 

Mais recentemente, apaixonei-me pelos Best Youth (que tocam hoje no Kalorama, se puderem não faltem. Há duas músicas que falam de caramelo e que me fizeram pensar que na nossa vida temos afeição por algumas palavras e que, por isso, as dizemos e empregamos muitas vezes: "I know what you can't resist, I put on a show and crave for your, caramel electric kiss", no tema Ace of pleasure e Kiss but don't tell. What's going on inside your head. I'll get to you. You're see-through. Playin' it tough underneath you're caramel. Oh Honeydew. So overdue, no Feelings.

Tirando estas historietas, hoje estava sentada numa esplanada a ler e apareceu-me um Caramelo a falar inglês comigo. Fiquei logo com electricidade nos cabelos. O que se segue pode parecer de mau tom para alguns. A vida não está fácil, tenho consciência e eu ajudo sempre que posso pessoas que vivem na rua. Ajudo primeiro as pessoas mais velhas, que têm menos possibilidades e forças. Mas hoje, na esplanada da Dom Carlos I, apareceram dois homens a pedir. O primeiro com humildade e o segundo com arrogância que, naturalmente, seria sinónimo de outra coisa. Dirigindo-se a mim em inglês, sendo ele português, perguntou com firmeza se não lhe arranjava 5€. Fiquei a pensar nisso: por que razão um pedinte estipula montantes. Por pensar que sou estrangeira e que o meu dinheiro conta menos do que para um português? O desespero? O chico-espertismo? A necessidade de comprar qualquer coisa com um valor certo, tipo um maço de tabaco?

O que quer que seja pensei no momento, talvez porque já andava a cirandar com o tema na cabeça: Olha-me este caramelo! 

Disse-lhe que falava português e que não podia ajudá-lo. Foi-se embora a ralhar comigo. Depois pus-me a pensar porque é que se pode chamar caramelo a um individuo. Ainda dei um salto à Infopédia para conhecer todas as declinações referenciadas relativamente a este vocábulo

Com tanto Caramelo acho que estou a precisar de meio litro de Caramulo 

Foi o post possível. Desculpem, isto não ficou nada de jeito, mas não quero perder o fio à meada

 

Outros pontos de Caramelo

 Gralha Dixit 

A gata Christie 

A curva 


1 comentário:

Davi Machado disse...

Teu paladar pode ser infantil. Já pensaste nesta possibilidade? Mudando de assunto, se te mando minha conta bancária, poderia me ajudar com exatamente 6,90 dobrões? Juro que é para tabaco!