trabalhei na expo quase 3 anos e nunca consegui criar nenhuma ligaçao com aquele lugar.
prédios altos, arcadas, pessoas vestidas a rigor, a caminhar apressadas de manha. a avenida era sempre a mesma, as ruas pareciam nao ter nomes e quando os tinham eram tematicos. os numeros das portas eram dificeis de memorizar, pareciam uma especie de linguagem informatica. muitas vezes senti que ali era outro mundo. um mundo sem cores, nem cheiros, onde tudo estava demasiado pensado e organizado e onde havia pouco espaço para as historias e para a imaginaçao.
agora voltei a trabalhar no centro da cidade, num lugar muito perto de onde passei a maior parte dos primeiros anos da minha infancia. e sou feliz por voltar a saber os nomes das ruas. sou feliz por ver vida para além de prédios e estradas. sou feliz por haver muitos sitios onde posso simplemesmente olhar para a frente e ver o céu, sem ter que erguer os olhos. sou feliz por ver o rio entre duas casas, por ver dois bairros vizinhos com pessoas tao diferentes, por ver os fogareiros em frente às portas dos cafés, feliz por ter, ao pé, mercearias e papelarias.
sou feliz porque me encontrei outra vez com a cidade e por ela me ter gentilmente sacudido e lembrado que, afinal, ainda estamos apaixonadas.
Sem comentários:
Enviar um comentário