ontem sai depois do almoço. tinha saudades de lisboa e enfiei-me no primeiro autocarro que passou. por acaso ia em direcçao ao cais do sodre e eu aproveitei para ir ao chiado. levava a maquina na mala pequenina e vim cheia de fotografias bonitas. fui andando pelas ruas menos movimentadas, descobrindo coisas novas e pensando em como a cidade muda a uma velocidade estonteante. houve um tempo em que eu sabia tudo o que se passava por aqui, hoje nao dou conta do recado. clic clic clic pela cidade fora, paro para um café e uma bola de berlim de leite condensado (sendo se leite condensado sera de berlim, na mesma?), vou pelas escadinhas dos teatros, subo, desço, passo por debaixo das arcadas do sao carlos, olho para a casa onde pessoa viveu. vou ver uma loja nova que abriu portas por ali, entro na vida portuguesa e trago a revista gerador debaixo do braço. desço aos armazens "grandela", desço as escadinhas do lado direito, rua da vitoria, da assunçao, dos sapateiros, dos correeiros, dos douradores, dos fanqueiros, do comério, da conceiçao, para tras, para a frente. clic clic. como deixam o animatografo ao abandono? emociono-me com os azulejos, com os maravilhosos padroes, emociono-me com os bocados que lhes faltam e que me fazem imaginar historias. é historia. mais umas escadinhas, subo à mouraria, e cada vez mais vejo lisboa de cima. nao paro de subir. costa do castelo, bar das imagens… tantas conversas naquela esplanada… chapitô. vejo lisboa do topo. é tempo de começar a descer. em cada esquina o tejo. os candeeiros. o céu imenso. azul. ai, lisboa… so quando se percorre as ruas desta maneira é que se pode perceber esta cidade…
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