a verdade é que lisboa nas férias pode nao ser lisboa de viver todos os dias sobretudo quando se esteve 8 anos nas montanhas profundas de outro pais, com habitos de vida adaptados a 5 meses de inverno rigoroso. e eu estou a tentar encaixar-me nesta vida que é e nao é nova e, muitas vezes, quando saio do trabalho o meu desejo mais profundo é ter uma conversa séria com o meu sofa.
so que hoje combinamos um café e um compromisso é um compromisso e o meu amigo pl é o meu amigo pl. atrasada por pensar que o comboio ia para o rossio, bem ou mal acabei por chegar aos restauradores, depois de termos combinado no chiado, depois na estaçao no rossio para, por fim, combinarmos em frente à desaparecida bimotor. como tive que esperar, pus-me a olhar para as redondezas e a minha atençao focou-se no desenho de numa das portas da praça. entrei com alguma timidez e vi que se tratava de um desses predios que, antigamente, tinham lojas à entrada (alguns ainda têm), de selos, carimbos e afins. portanto à esquerda todas estas portadas fechadas e à direita estes azulejos lindos e esta frase misteriosa. neste momento ainda nao tinha reparado nas escadas que levavam à loja de tricot no primeiro andar e aos quartos da pensao nos restantes. e de repente, por detras do pilar, estavam as deusas a subir as escadas. nao sei se a convecerem o visitante, inspirado pelos maravilhosos vestidos, a entrar la loja das las, se a sugerirem que os quartos nao eram simples quartos. sorri e voltei a descer as escadas para ir ao encontro do pl. fomos beber um ginger ale numa das esplanadas ao lado da estaçao do rossio. ainda nao tinha estado ali sentada. a praça é tao calma que nos esquecemos que estamos em pleno centro da grande alface. conversamos, bebemos, picamos cubinhos de pao em azeite e oregaos. entardeceu, anoiteceu, as luzes laranja acenderam e iluminaram a gare, nos tiramos fotografias, rimos, subimos as escadinhas do duque para apanharmos o autocarro que nos levou a casa.
gosto de pensar que ainda ha pequenos mistérios em lisboa e que alguns dias me confirmem que os ginger ales nao têm todos o mesmo sabor.
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