“como é que hoje encaramos com naturalidade não termos cinemas?”
é realmente uma pergunta que nunca me tinha feito desta maneira. reclamo que as coisas que fazem parte da cidade estao a desaparecer que nao as estimamos, mas acho que nunca pensado nesta pergunta de forma tao clara. quem a fez foi margarida acciaiuoli, autora do livro "os cinemas de lisboa" que quero muito ler. de facto, o que temos hoje sao salas onde é possivel ver filmes, nao existem cinemas, edificios destinados unicamente a esse fim e com verdadeiras fachadas de cinemas.
ontem fiquei a pensar nisso enquanto lia (e via) este artigo no publico. lembrei-me da minha caixa amélie poulain que tem todo o tipo de recordaçoes e mais um par de botas e encontrei estes bilhetes de cinema antigos. pus-me a pensar nos cinemas onde que fui, em lisboa, nos ultimos tempos e àqueles onde fui ha muitos anos atras.
os meus cinemas preferidos sempre foram o nimas e o king, pelos filmes, pelo ambiente, pelo bar, pela livraria. mas eu tive a sorte de poder ir ao condes, ao sao jorge, ao eden ao tivoli. eu ia ao quarteto, embora nao gostasse da ideia de nao haver lugares marcados. ia à cinemateca, ao avila (que ja nem me lembrava). nunca entrei no animatografo, também foi ontem ao ler o artigo do publico, a relembrar a fachada estilo arte nova que fiquei com imensa vontade de la entrar. nunca entrei no cinema de campo de ourique, nem no odeon, ao pé do condes, nem no cinebolso. e ha muitos outros cinemas em lisboa, enumerados no artigo, onde nunca fui.
de repente os centros comerciais começaram a crescer como cogumelos e com eles traziam sempre salas de cinema e os filmes sem intervalo. modernices na altura que toda a gente recebeu de braços e com a maior das naturalidades. comecei a ir ao cinema fonte nova, o mais perto da minha casa e até hoje o meu cinema de centro comercial preferido. o amoreiras (salas péssimas), o monumental que sempre admirei por agradar a gregos e troianos no que respeita aos filmes mas também aos horarios. cheguei a ir a sessoes às duas da manha. e depois perdi-lhes a conta e o respeito. va, atirem-me tomares, mas detesto pipocas no cinema. que pena, olhar para tras e ver que a maior parte destes lugares desapareceram ou foram destinados a outras coisas que nada têm a ver com cinemas. e que pena pensar que também é assim que o centro da cidade vai ficando deserto.
3 comentários:
Detesto pipocas no cinema e todo o ambiente americanado das salas de cinema dos centros comerciais. Também detesto centro comerciais. E fui a todas esses cinemas de que falas e a outros em Almada, onde aconteceu a mesma coisa. No museu da cidade de Almada ha uma parte dedicada aos cinemas magnificos que fecharam, tão triste. Mas ainda tenho esperança que a coisa volte atras, que acordemos e percebamos a tempo que não andamos para a frente assim...
Ah ! A livraria e o cafézinho do King (o meu preerido antes de emigrar).
Nas grandes cidades talvez não se note (não sei) mas aqui pelo Algarve vejo cada vez menos pessoas no cinema ( a crise?). Na sexta-feira à noite fui ao cinema e éramos seis pessoas na sala... Fiquei a pensar que um dia destes acabam os cinemas. :(
Nas grandes cidades talvez não se note (não sei) mas aqui pelo Algarve vejo cada vez menos pessoas no cinema ( a crise?). Na sexta-feira à noite fui ao cinema e éramos seis pessoas na sala... Fiquei a pensar que um dia destes acabam os cinemas. :(
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