era uma vez uma casa

"certains revoient leur existence défiler à l’approche de la mort. d’autres dans un cabinet d’analyste. brusquement, c’est dans une étude de notaire que j’ai cru tout comprendre"

hoje é dia de celebrar. ha cinco anos que nao sei viver de outra maneira, com preocupaçoes, chatices, um grande desperdicio e muita perda de tempo. foram cinco anos desgastantes que nao serviram absolutamente para nada. costuma-se dizer que destas coisas tem que se tirar a liçao, é assim uma espécie de redençao, tentar sempre encontrar um lado bom no mau. que assim seja. é o que farei.

penso: o tempo de uma casa pode ser o tempo de uma torradeira... ou o tempo de uma torradeira pode ser o tempo de uma casa... em todo o caso, a nossa foi comprada um dia depois de nos tornarmos proprietarios e pifou um dia antes de sermos... livres. coincidências ou ironia do destino? a verdade é que ela pifou e eu sinto uma alegria desmedida nisso.

... inspiro, sinto o cheiro da chuva e do outono que se aproxima nesta manhã tão cinzenta, mas cheia de luz e de esperanças. expiro até nao ter mais ar e sinto um alivio. sou leve. e a primeira coisa que vou fazer é entrar num bar, pedir uma bebida e dizer do fundo do coraçao tchim tchim, enquanto cantarolo baixinho i'm free and i'm happy

agora so voltarei a ter uma casa outra vez quando for para viver la dentro. e essa casa tera que estar virada para sul.