talvez depois de se viver no lugar como este durante alguns anos se tenha o dom de sentir certas coisas. eu sabia que ia vê-los ao final da tarde. estava a chover imenso no vale. depois do trabalho passei pela florista e entao rumei a casa. chovia ainda. a tarde estava escura e escolhi a estrada da floresta para subir. mas antes liguei a maquina fotográfica e pu-la no colo. assim que comecei a subida, a chuva transformou-se em neve e à medida que avançava os flocos eram cada vez maiores. que silêncio profundo. a floresta profunda também. fui parando e olhando para o abismo de arvores. continuo devagar, mas em certas curvas apertadas nao podia parar; e entao o céu tornou-se cada vez mais escuro, os flocos transformaram-se em penas... que contraste esplendoroso com o verde da relva. a estrada abriu-se, à esquerda um prado com um declive razoável e desviei o olhar no momento certo. eram 8, cervos e cervas.
nao saio do carro, faço poucos movimentos porque nao os quero assustar. tento fotografa-los através da janela mas as imagens saem demasiado escuras. entao decido sair, ainda tenho tempo de clicar durante uns 20 segundos em que me saem estas fotografias desfocadas. e eles dispersam-se a correr...
sao talvez os ultimos antes do regresso do outono... que maravilhosa visao de primavera...
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