Desde que iniciámos este colectivo que não leio os textos das minhas camaradas antes de escrever o meu para não me sentir influenciada. Mas vou lendo os comentários e percebendo, mais ou menos, o rumo que as publicações delas seguiram ou seguirão.
Hoje o tema é pantufas e na minha cabeça (ou nos meus pés) é um tema macio, quentinho, ronronante. Porém, creio que foi tratado com bastante afinco e seriedade por elas e sinto um certo pudor em vir para aqui falar de banalidades e dizer que passo a semana à espera dos dias de pantufas, que não uso, nem no inverno, mas que idealizo como uma forma de descanso, de preguiça, de procrastinação. Que anseio pelo respirar fundo que alivia, pelo movimento do corpo que se ajeita do sofá para encontrar a forma há muito desenhada. Pelos pequenos dedos dos pés que se agitam de prazer antes de abrir o livro na página 43 ou antes de iniciar o filme que estava só à espera daquele instante par ser visto. Pelo cheiro do bolo de iogurte que farei durante a pausa nestes pequenos prazeres, antes de o encontrar novamente na fatia de bolo, macio, que saiu das minhas mãos. As plantas que pedem água e as pantufas que deixam o tempo de observar as folhas novas.
Tudo isto para mim representa a palavra pantufas. Até o cão da Anita e todos aqueles que vieram depois com o mesmo nome reúnem todos estes pequenos nadas que são tanto.
Mas o verão está aí à porta. As pantufas são substituídas pelas chinelas. Os dias têm outra textura e outra temperatura. Enquanto estamos nesta zona cinzenta uso chinelos abertos com meias, esperando ter o melhor dos dois mundos.
Mas o verão está aí à porta. As pantufas são substituídas pelas chinelas. Os dias têm outra textura e outra temperatura. Enquanto estamos nesta zona cinzenta uso chinelos abertos com meias, esperando ter o melhor dos dois mundos.
Pantufaria da avenida:
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