cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes * philippe besson

one of the secrets of a happy life is continuous small treats * iris murdoch

it's a relief sometimes to be able to talk without having to explain oneself, isn't it? * isobel crawley * downtown abbey

carpe diem. seize the day, boys. make your lives extraordinary * dead poets society

a luz que toca lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nos * mia couto





13.1.13

os cinemas de lisboa

“como é que hoje encaramos com naturalidade não termos cinemas?”



é realmente uma pergunta que nunca me tinha feito desta maneira. reclamo que as coisas que fazem parte da cidade estao a desaparecer que nao as estimamos, mas acho que nunca pensado nesta pergunta de forma tao clara. quem a fez foi margarida acciaiuoli, autora do livro "os cinemas de lisboa" que quero muito ler. de facto, o que temos hoje sao salas onde é possivel ver filmes, nao existem cinemas, edificios destinados unicamente a esse fim e com verdadeiras fachadas de cinemas.
ontem fiquei a pensar nisso enquanto lia (e via) este artigo no publico. lembrei-me da minha caixa amélie poulain que tem todo o tipo de recordaçoes e mais um par de botas e encontrei estes bilhetes de cinema antigos. pus-me a pensar nos cinemas onde que fui, em lisboa, nos ultimos tempos e àqueles onde fui ha muitos anos atras.
os meus cinemas preferidos sempre foram o nimas e o king, pelos filmes, pelo ambiente, pelo bar, pela livraria. mas eu tive a sorte de poder ir ao condes, ao sao jorge, ao eden ao tivoli. eu ia ao quarteto, embora nao gostasse da ideia de nao haver lugares marcados. ia à cinemateca, ao avila (que ja nem me lembrava). nunca entrei no animatografo, também foi ontem ao ler o artigo do publico, a relembrar a fachada estilo arte nova que fiquei com imensa vontade de la entrar. nunca entrei no cinema de campo de ourique, nem no odeon, ao pé do condes, nem no cinebolso. e ha muitos outros cinemas em lisboa, enumerados no artigo, onde nunca fui.
de repente os centros comerciais começaram a crescer como cogumelos e com eles traziam sempre salas de cinema e os filmes sem intervalo. modernices na altura que toda a gente recebeu de braços e com a maior das naturalidades. comecei a ir ao cinema fonte nova, o mais perto da minha casa e até hoje o meu cinema de centro comercial preferido. o amoreiras (salas péssimas), o monumental que sempre admirei por agradar a gregos e troianos no que respeita aos filmes mas também aos horarios. cheguei a ir a sessoes às duas da manha. e depois perdi-lhes a conta e o respeito. va, atirem-me tomares, mas detesto pipocas no cinema. que pena, olhar para tras e ver que a maior parte destes lugares desapareceram ou foram destinados a outras coisas que nada têm a ver com cinemas. e que pena pensar que também é assim que o centro da cidade vai ficando deserto. 

"o problema é que como a trepidação do século atingiu níveis totalmente desconhecidos, nós, com essa velocidade, acabámos por destruir o que inventámos"

3 comentários:

Carla R. disse...

Detesto pipocas no cinema e todo o ambiente americanado das salas de cinema dos centros comerciais. Também detesto centro comerciais. E fui a todas esses cinemas de que falas e a outros em Almada, onde aconteceu a mesma coisa. No museu da cidade de Almada ha uma parte dedicada aos cinemas magnificos que fecharam, tão triste. Mas ainda tenho esperança que a coisa volte atras, que acordemos e percebamos a tempo que não andamos para a frente assim...
Ah ! A livraria e o cafézinho do King (o meu preerido antes de emigrar).

luisa disse...

Nas grandes cidades talvez não se note (não sei) mas aqui pelo Algarve vejo cada vez menos pessoas no cinema ( a crise?). Na sexta-feira à noite fui ao cinema e éramos seis pessoas na sala... Fiquei a pensar que um dia destes acabam os cinemas. :(

luisa disse...

Nas grandes cidades talvez não se note (não sei) mas aqui pelo Algarve vejo cada vez menos pessoas no cinema ( a crise?). Na sexta-feira à noite fui ao cinema e éramos seis pessoas na sala... Fiquei a pensar que um dia destes acabam os cinemas. :(