aos 37 anos pensei que já não era possível fazer amigos. enganei-me. tão redondamente que em 2013, em paris, passamos a parecer um 8. vivíamos naqueles quartinhos minúsculos, partilhavamos o secador e o ferro de engomar. éramos vizinhas de quarto e tornamo-nos companheiras de quatro. estendemos mapas em cima da mesa, bebemos muito rosé, comemos muito babybel, percorremos Paris a pé, por baixo de chuvas torrenciais com os nossos impermeáveis com 1 cm de espessura da g̶&̶j̶ h&m. por pouco ficávamos fechadas no cemitério porque eu queria ver a maria callas (salvo seja) e não arredava pé. os amigos têm uma pachorra santa e isso é fixe. os dois meses passaram, era tempo de regressar à grande alface. pensávamos que nos tínhamos aproximado pelo trabalho e pela solidão, mas continuamos juntas 'em sindicato', contra as injustiças, a pregar pelo bom senso e a dizer piadas que só nós é que percebiamos. gostamos de preto e branco e a última vez que nos rimos às bandeiras despregadas, até ficar com dor de burro, foi por causa de uma grafonola. estávamos no porto e cada vez que me lembro disso volta-me a maluqueira. hoje festejamos muitos anos de vida porque já não vamos para novos e esta coisa de celebrar a vida parece-me cada vez mais importante.
joyeux anniversaire ma chérie. ma Gi ❤️
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