cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes * philippe besson

one of the secrets of a happy life is continuous small treats * iris murdoch

it's a relief sometimes to be able to talk without having to explain oneself, isn't it? * isobel crawley * downtown abbey

carpe diem. seize the day, boys. make your lives extraordinary * dead poets society

a luz que toca lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nos * mia couto





17.4.16

saudades… in media res...


uma das coisas de que mais tenho saudades, dos anos em que vivi em frança, é da cultura gastronomica. os supermercados eram um paraiso, onde eu adorava passar horas e descobrir coisas novas e especialidades de todos os cantos do pais. nos supermercados, também, percebia-se o passar das estaçoes, os habitos das pessoas e uma série de coisas que aqui em portugal ou acontecem muito menos ou sou eu que estou muito menos atenta, ou faz tao parte da minha cultura que ja nao a vejo. ha 2 meses atras, entrei no jumbo de alfragide e fiquei maravilhada. por momentos, achei que estava em frança. pela quantidade de coisas que consegui encontrar e que até aqui nao tinha acontecido, certamente porque me fico pelos supermercados de bairro e porque, assim que entrei, havia um especial primavera com todas as possibilidades de sementes para plantar, mobiliario de jardim, etc. isto transportou-me imediatamente para o mês de maio nos alpes. depois do longo periodo de hibernaçao, nessa altura toda a gente vai às compras a pensar nos belos dias de sol que vêm por ai e trazem a vontade de preparar a casa para esse tempo e para receber os amigos. enfim… ha também  relativamente pouco tempo, descobri uma loja ao pé da minha casa que, durante anos foi a loja dos 300. deixei de olhar para ela e tornou-se de tal forma invisivel que nem me apercebi que entretanto havia outra loja a substitui-la: a basicolor. nunca, até entao tinha ouvido falar em tal coisa, mas nesse dia andava à procura de uma capa transparente e entrei ali por acaso. vi tudo com atençao, sobretudo o que dizia respeito à cozinha e nao pude deixar de perguntar quem era o fornecedor deles. deram-me o nome e responderam-me que era francês. bem me parecia. desde entao, arrebatada por esta nostalgia cronica, todas as semanas la vou comprar um tareco para acalmar a saudade. sucede que isto esta a piorar e ha coisa de uma semana  fiquei de olho numas  cocottes e pensei que tinha que as ter. para quê, senhorita jota, se tu deixaste de cozinhar? porque sim, vou voltar a fazer os meus pratos. mas se tu quando vivias nos alpes nunca compraste uma cocotte porque é que agora queres ter uma? porque la podia compra-las quando quisesse e aqui parece-me um achado. 
portanto, aqui estou eu feliz feliz com estas duas cocottes que vao levar ao forno um delicioso gratin dauphinois... so por causa das coisas, e para nao haver certas vozes na minha cabeça que têm a mania que sao espertas.

saudades senhoras e senhores. saudades à francesa. se é que isso pode existir...

1 comentário:

Marta G. disse...

Pois, que é uma bela loja! Ficamos com vontade de gastar dinheiro. Nesta época, ir ao horto do Campo Grande também é um regalo, para quem gosta de flores.
Só resta pedir a receita do gratin dauphinois (aposto que outras leitoras também estarão curiosas).
Bjs