cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes * philippe besson

one of the secrets of a happy life is continuous small treats * iris murdoch

it's a relief sometimes to be able to talk without having to explain oneself, isn't it? * isobel crawley * downtown abbey

carpe diem. seize the day, boys. make your lives extraordinary * dead poets society

a luz que toca lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nos * mia couto





11.3.15

prazeres


ha dias em que uma rapariga simplesmente precisa de andar de electrico. ha dias em que uma rapariga quer simplesmente ser uma rapariga. ontem sai de casa à procura dos meus dias, em lisboa. tinha duas horas e meia pela frente e queria ir à feira da ladra. a maneira mais bonita de la chegar é de electrico. de sete rios fui até campo de ourique. parei nos prazeres e pensei que nome bonito para o electrico começar a viagem por lisboa. era de manha cedo. a rua estava deserta, o electrico vazio e nao tive problemas em arranjar um lugar à janela. gosto de ir perdida nos meus pensamentos a observar tudo, a passar pelos lugares da minha infância, a relembrar pessoas importantes na minha vida que ja ca nao estao. pergunto-me quem me tera transmitido esta paixao grande por lisboa? sera que foi a cidade que me adoptou? terao sido os meus pais que andavam sempre de um lado para o outro em lisboa? terao sido os passeios com a minha avo e o lindo bairro da lapa, onde ela vivia? tera sido a tia suzete com o seu genuino conhecimento e paixao pela cidade? terao sido os anos na faculdade, em alfama? tera sido tudo isto junto? 
acordei dos meus pensamentos, desci na paragem da feira da ladra, na rua da voz do operario. estava fresco. vi a bruma do tejo misturada com o dia lindo de sol. despachei-me para passar rapidamente aquele primeiro corredor à sombra e depois do arco, deixei-me estar parada com o sol a bater-me nas costas. havia movimento. fui espreitando os "stands" dos feirantes, tirando fotografias. vi uma mala bonita numa loja de antiguidades, mas nao cedi à tentaçao. depois parei de frente para o panteao, que me lembrou que continua a ser um dos meus lugares preferidos da cidade. estava lindo! continuei a descer. o tempo estava a acabar. fui a pé até santa apolonia. apanhei o metro para regressar a casa e ainda tive tempo para me sentar numa esplanada, em s. domingos de benfica a pensar em como sao bons estes dias. preciso deles. e tenho muita sorte em poder continuar a desfrutar de algum tempo sozinha para mim, sei que nem todas as recem maes têm essa possibilidade.

1 comentário:

Luzia disse...

Esses dias são precisos e sabem tão bem! Acho que a paixão por Lisboa é algo que se desenvolve, por nós e por ela. É um amor mutuo, nós perdemo-nos nela e ela devolve-nos imagens, sons e cheiros que nos fazem amá-la e perdermo-nos nela mais um bocadinho. E sabe bem ser assim.