cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes * philippe besson

one of the secrets of a happy life is continuous small treats * iris murdoch

it's a relief sometimes to be able to talk without having to explain oneself, isn't it? * isobel crawley * downtown abbey

carpe diem. seize the day, boys. make your lives extraordinary * dead poets society

a luz que toca lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nos * mia couto





5.9.11

o cheiro dos eucaliptos ou o primeiro dia de escola...




hoje começa a escola. de manhã desci à vila e ja se ouvim e viam imensas crianças nas ruas, de mochilas novas. penso no meu primeiro dia de escola... penso que chorei, telefonaram à minha avo para me ir buscar e ela foi a correr consolar-me. da escola da rua das trinas lembro-me de que tinha uma professora severa, lembro-me de ter aprendido a escrever a caneta de tinta permanente e lembro-me de termos plantado uma arvore e de nos terem dito que dali a 20 anos seria uma arvore grande... gostava de la voltar e ver se ela ainda la esta...




dois anos mais tarde mudei de escola e fui para a cebe. sobre esta casa maravilhosa nunca terei palavras suficientes para descrever o magnifico tempo que la passei... mas relembro o primeiro dia... estava cinzento, humido, cheirava a terra molhada... e cheirava a canetas e cadernos novos também. o meu irmão ia para a infantil, nunca tinha andado na escola antes e levava o pateta debaixo do braço. a minha sala, a da 3a classe, ficava no primeiro andar. as duas janelas davam para a entrada da escola e para uma grande arvore cujas folhas conseguiamos tocar de dentro da sala. pouco depois de estarmos instalados, uma senhora entrou para trazer o meu irmão para perto de mim porque ele estava a chorar. eu também queria tanto chorar, mas quase que não respirava com medo que me caisse uma lagrima. então aconcheguei-o, a ele e ao pateta, debaixo do meu braço e as lagrimas evaporaram com o calor. no recreio da cebe havia muitos pneus, uma arvore onde podiamos fazer imensas coisas, um telheiro com um rochedo feito de esponja... também havia muitos canteiros e os frutos que caiam dos eucaliptos permitiam-nos fazer as mais diversas brincadeiras. nunca me esquecerei desses frutos tão graciosos e que cheiravam tão bem. por vezes punhamos uma mão-cheia dentro dos bolsos dos casacos e traziamo-los para casa para prolongar as brincadeiras e o sentimento de aconchego que a casa cor-de-rosa nos proporcionava...



a fotografia dos frutos de eucalipto é da vera joão espinha que gentilmente a emprestou ao azul turquesa (merci!). são tão bonitos, exactamente como na minha imaginação... ha muito tempo que não pego num...


a primeira fotografia é tirada do livro "daniel et valérie", dos primeiros tempos de escola do rapaz ca de casa.

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