para a p.
há pouco mais de um ano atrás, estavamos as duas, sentadas no "quatrocentos", com duas imperiais e um prato de caracóis à frente. acho que nunca pensamos que os caracóis podiam ser tão insípidos; tinhamos os ombros nas orelhas e os ohos no chão...
há pouco fui à janela, estava a chover. eram 18h30, já estava escuro. lembrei-me que hoje é noite de halloween, lembrei-me dos outros dias de halloween... e no de 1995... olhei para o início da rua, depois para o fim e, num gesto que não fazia há muito tempo, olhei para a "tua" janela e pensei nesse dia no "quatrocentos"; e depois pensei na próxima semana e nos próximos meses...
acho que nessa tarde estávamos muito longe de pensar que dali a um ano eu estaria a 2000 e tu a 300 km de distância da "nossa" cidade.
e nos poucos minutos que fiquei ali à janela, lembrei-me daquele dia, há 12 anos atrás, em que fui à janela e ouvi o elevador da tua casa e que tu descias às 4h da manhã, para irmos ao campo das cebolas esperar por uns amigos do porto, com o pretexto (para a tua mãe) de que íamos à feira da ladra; pensei nas centenas de vezes que ficamos a conversar lá em baixo, antes de irmos para casa; nas mil gargalhadas que demos, quando saíamos do taxi alegres; lembrei-me daquele dia do fim de março ou início de abril que íamos a caminhar em direcção à foz e falámos pela primeira vez; e lembrei-me do dia em que estavamos numa tasca da penha de frança e que ligaste à tua mãe a dizer que já tinhas chegado a braga e que estava bom tempo...
isto tudo para dizer-te que gosto muito de ti e que espero que, aquilo que foi assunto em 1500 mesas de cafés de lisboa, se concretize.
1 comentário:
De facto, a distância não impede a emoção... De facto, existem cheiros que valem por mil palavras e anulam mil quilometros.De facto, estás sempre no meu coração.
P
Enviar um comentário