cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes * philippe besson

one of the secrets of a happy life is continuous small treats * iris murdoch

it's a relief sometimes to be able to talk without having to explain oneself, isn't it? * isobel crawley * downtown abbey

carpe diem. seize the day, boys. make your lives extraordinary * dead poets society

a luz que toca lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nos * mia couto





13.8.15

lisboando


ela veio de ferias. uma semana so para o a praia, um casamento, uns dias com a familia, outros com  amigos que ja nao vivem aqui mas que estavam em lisboa na mesma altura. e depois ha os amigos que estao sempre aqui. nem sempre estiveram, mas agora estao. ela veio até ca a casa ver mademoiselle m. que agora faz cerimonia com toda a gente. so quer a familia e aos amigos faz fita. diz que é caracteristico desta altura. vista a pequena e feitos meia duzia de recados fomos para lisboa. como se eu nao morasse em lisboa. mas é como quem diz: fomos para o centro da cidade e quem diz centro diz baixa chiado. saimos no metro e passamos em frente à sacolinha com a promessa (falhada) de regressarmos mais tade. descemos as escadas do sao carlos e fomos andando. queriamos almoçar a olhar para a cidade e decidimos ir até à cantinha das freiras. fomos parando pelo caminho, para ver as loiças da cerâmicas na linha, entramos na vida portuguesa, descemos a rua, atravessamos a estrada e subimos à cantina das freiras. pensava que o restaurante estava no segredo dos deuses, mas ja deve aparecer em todos os guias turisticos da cidade. comida simples, caseira, familiar. arranjamos mesa la fora, de frente para os telhados, de frente para os tejo, de frente para a cidade. conversamos como se a distancia nao nos separasse trezentos e sessenta e poucos dias por ano. comemos sobremesa e ficamos sem espaço para a bola de leite condensado. mas precisavamos de um café e subimos ao topo do hotel bairro alto. admiramos a cidade quase do mesmo ponto de vista, so que desta vez estavamos mais proximas da ponte e do cristo rei. corria um fresquinho agradavel e por vezes um jacto de agua fresca vaporizava os nossos lugares. bebemos o café, comemos os bolinhos, olhamos para a vista, conversamos mais tempo. e depois fomos andar. descemos até ao cais do sodré, caminhamos junto ao rio e lembramo-nos de ir ver a exposiçao "a luz de lisboa". saimos decepcionadas… lisboa tem uma luz tao bonita que faltou tanto naquilo que estava exposto. gostamos dos poemas, das frases nas paredes, das janelas e sim, da luz de lisboa a entrar pelas janelas. quase que a exposiçao podia ser so isso. a luz de lisboa que entra pelas janelas daquele lugar bonito, em diferentes horas do dia. 
e o nosso dia chegava ao fim. ela tinha mais amigos para ver e nos so voltaremos a encontrar-nos la para o final do ano. pensar que ja vivemos na mesma cidade… depois vivemos em dois paises diferentes, onde apenas cerca de 200 km nos separavam. e agora voltamos a viver a 2000km de distância. encontramo-nos duas vezes por ano. com sorte, três. e a verdade é que ha muitas pessoas aqui em lisboa que vejo esse numero de vezes por ano. ou menos. a verdade é essa, é que na pratica vejo algumas pessoas tantas vezes quantas as que via quando estava em frança, mas o que me sossega é que basta um telefonema para vê-las quando quiser. 

1 comentário:

mz disse...

A distância está cada vez mais nas nossas vidas.
É este maldito fado.
Lisboa é linda, aproveite.

Abç