ontem arrastei-me até à esteticista porque pensei que ja era tempo de pôr as maos e pés a brilhar, mas sobretudo porque pensei que me iam tratar do assunto ao fresco. engano. afinal aquilo estava um forno e quando me levantei tinha uma mancha de transpiraçao enorme nas calças tao grande que tive que estar a secar com o secador. isto dito e feito, sem pudor, fui em direcçao ao martim moniz (nestes ultimos tempos parece que vou muito para aqueles lados) porque queria dar uma espreitadela na feira morta, na rua do benformoso. assim que virei na primeira à direita quase que me encontrei no meio de um tiroteio. tudo aos gritos e a correr, e a dizer asneiras e a falar alto e vou chamar a policia. lisboa fiel ao intendente. a feira estava meio morta. predio antigo e fresco, mas o sitio era pequeno e as banquinhas dos vendedores estavam coladas umas às outras. havia pouco espaço para andar e dava a sensaçao de estarmos em casa de alguém. sai dali e pus-me a andar no sentido inverso... que calor em lisboa, nao me lembro deste bafo a entrar-me pelas narinas e pela boca desta maneira desde 2002. vou andando pela sombra, entrando em lojas para me refrescar alguns minutos e fazer umas compras. mais à frente vejo o arquivo municipal que propoe uma exposiçao de fotografia de eduardo portugal. uma exposiçao de lisboa com ar condicionado, pensei. e entrei. foi como se todo o meu corpo ressuscitasse. o espaço estava vazio. gostei de passear por ali uns momentos e ver lisboa nos anos 40, lugares que hoje sao de uma maneira mas que antes eram tao diferentes. sai e apressei-me a chegar ao metro. uma compra na mercearia indiana para uma experiência e la fui em direcçao à baixa chiado.
hoje ha planos fora de casa mas dentro de um sitio qualquer com ar condicionado. gostava de espreitar a feira do artesanato, a exposiçao das janelas no museu do oriente e gostava de ir ao jardim da estrela para um fim de tarde jazzzzzzzz.
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