partimos para turim na segunda-feira quando o dia se levantava. descemos das nossas montanhas e subimos ao col du petit saint bernard que nos recebia com uma magnifica luz. que manha magica, se nao tivessemos os minutos contados havia muitos clics a fazer. fomos até aosta, onde apanhamos o comboio e a viagem até turim demorou duas horas. a decoberta desta cidade foi um misto de sentimentos. escolhemo-la porque italia fica a menos de uma hora de nossa casa, e porque turim é a cidade italiana que fica mais perto nos, mas também porque este ano conheci uma rapariga desta cidade com quem simpatizei imenso apesar de a conhecer muito pouco. curiosamente, escrevia-me ela num mail, ha pouco tempo, escolheu lisboa para ir de férias.
em italia (ou em turim) praticamente ninguem fala lingua nenhuma, nem os jovens. as pessoas sao pouco simpticas e nao têm paciência nenhuma quando nao percebemos o que elas estao a dizer. é que apesar de começarmos a conversa explicando, é caso para dizer macaronicamente, que nao falamos italiano e a perguntar se falam outra lingua, quando nos respondem que nao, continuam na sua explicaçao, sempre em italiano, e super rapido. a parte que devia ser a melhor, conhecer as pessoas, falar com elas foi a pior coisa deste fim-de-semana. mas para mim turim revelou-se surpreendente pela arquitectura, pela grandiosidade dos edificios, das arcadas. sim, é uma cidade com 18 km de arcadas. como dizia a d. sao vantagens de ter reis que nao queriam andar à chuva. ha imensas praças ou piazzas, galerias, ha lojas antigas que se misturam com marcas novas. em agosto nao ha ninguem em turim (como em todo o lado que nao tenha praia), é uma cidade fantasma. alguns turistas e anda-se nas ruas como a cidade fosse so nossa. ha muitas lojas fechadas, ha poucos restaurantes e a comida ficou aquem das minhas expectativas que ia desejosa de comer a verdadeira pizza italiana e depois das nossas incursoes pelo mundo das massas, de experimentar novos sabores. no primeiro dia almoçamos numa esplanada simpatica, numa das ruas principais. pedi uma pizza de frutos do mar porque tinha lido algures que faziam umas muito boas, mas so se sentia o sabor do tomate, o marisco estava completamente insipido, tinha "molhado a pizza" que ficou mole e a massa do jantar nao era ma, mas nao era nada que qualquer pessoa nao faça em sua casa.
para além da arquitectura, o que mais gostei foi a loja gobino, bonita, antiga e os chocolates italianos para meu grande espanto têm imensa fama... e adorei o museu do cinema, enorme, cheio de coisas para ver, para experimentar, com explicaçoes simples. o espaço é magnifico e tem um elevador panoramico que nao experimentei por causa da fila assustadora. regressamos à estaçao de comboios para comprar os bilhetes e ai foi a gota de agua com a pessoa que nos atendeu. os bilhetes nao têm horarios, podem ser utilizados durante algum tempo, mas quando lhe pedimos para ela apontar as horas de partida dos comboios, para podermos decidir qual apanhar, a senhora agarraou-se ao microfone aos gritos, toda a estaçao ficou em silêncio e ela sem mais nem menos fechou a janela da bilheteira e deixou-nos ali. porquê, pergunta-se o leitor deste blog... pergunta à qual nao consigo encontrar resposta nem explicaçao logica para uma histeria daquelas, sem que tenha aparecido alguem que a levasse para um hospital psiquiatrico. depois de termos ido ao serviço ao cliente o senhor que nos atendeu explicou-nos que os bilhetes se compram na bilheteira e os horarios pedem-se no sitio onde estava esse senhor, num escritorio com um computador. nos nao devemos ter percebido, ela começou a gritar e ainda percebemos menos e assim terminou a nossa viagem a turim. quando passamos a fronteira e entramos em frança, o céu recebia-nos com esta magnifica luz.
sei que nao guardarei uma recordaçao excepcional desta cidade... ouso pensar que talvez tenhamos so tido pouca sorte desta vez...
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