hoje é provavelmente o dia em que mais nevou desde o inicio do inverno. a escada em frente à porta estava coberta de neve, e via-se a forma dos pés do vizinho que saiu antes de mim. para as pessoas que vivem nas montanhas desde sempre, os dias de neve são dias de festa, de tal forma que antes das 8h da manhã, a um sábado, estão todos a pé, em frente às suas casas de pá na mão a limpar a neve fôfa e fresca que assentou durante a noite. é talvez nestas dias que vemos mais pessoas na rua. e conversam, conversam contentes, de porta a janela. eu acho engraçado este sentimento que me parece quase infantil, mas penso que preferia ter ficado debaixo do edredon. e a caminho do carro que, ontem, precisamente por causa da neve abundante, estacionei à saída da aldeia e perdida nestes pensamentos, escorrego à porta do meu vizinho e dou por mim sentada no chão. o meu vizinho para, apoia-se no alto da sua pá e fica a olhar para mim, a sorrir, por detrás das barbas. eu levanto-me e sinto-me na obrigação de dizer qualquer coisa. sai-me um « finalmente temos neve » e ele deixa escapar uma gargalhada. continuo a descer, desta vez pé ante pé e enquanto desço, ouço a vizinha do outro lado a falar sobre as previsões metereologicas… vai haver conversa para uma manhã…
vou trabalhar. é um dia a preto e branco, como tantos neste inverno. afinal já nao vou apanhar o comboio quando sair do trabalho para ir à « cidade » mais proxima arejar as ideias. regressarei a casa, ao final da saga twilight, aos filmes emprestados pelas colegas... e certamente à correspondência tradicional... aos afazeres dos dias de neve
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