cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes * philippe besson
one of the secrets of a happy life is continuous small treats * iris murdoch
it's a relief sometimes to be able to talk without having to explain oneself, isn't it? * isobel crawley * downtown abbey
carpe diem. seize the day, boys. make your lives extraordinary * dead poets society
a luz que toca lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nos * mia couto
7.8.06
normalmente, portugal o país europeu que fica em último em quase tudo e quando é primeiro em qualquer coisa é porque é algo mau... pois "desenganem-se" ... há muitas coisas em que portugal está à frente...
such as... carregar o telemovel pelo multibanco, pagar as contas no multibanco, poder ver o saldo bancário em qualquer banco, utilizar o mail e internet como instrumentos de trabalho... entre outros... e que fique aqui esclarecido que não é só em portugal que os empreiteiros trabalham mal e a "más horas"... entre outras coisas... h. és tu? com este "such as" pareceu-me ouvir-te falar...
tudo isso que apontas como sendo "muitas coisas em que portugal (Portugal?) está à frente", não me parecem indicadores da excelência/ categoria de um país. De que vale um telemóvel ( com camara fotografica, mp3, agenda, gps, jogos java...)se continuamos a almoçar ao balcão uma bica e um "croquete"? ; de que vale a pena consultar o saldo bancário apenas para calcular o quanto o banco nos rouba mensalmente em juros, taxas e impostos?; de que vale o trabalho em casa (ou fora dela), quando os ordenados são apenas a caricatura da "devida" retribuição? Não quero criar polémica com este assunto mas parece-me haver alguma confusão entre o que realmente interessa e o que é claramente acessório. Concordo que nem sempre este país é tão atrasado quanto o pintam e que o esforço de modernização é evidente....ainda assim trocava os telemóveis ( de última geração com video chamada 3,5 G)e o dinheiro das operadoras, por escolas e faculdades "à séria"; a "internet mínima garantida", por formação tecnológica gratuita e para todos e trocava ainda todo o aparato informático dos bancos por maior sentido de responsabilidade social, juros mais baixos e melhores práticas para com a respectiva clientela. Portugal, alguém o disse , "consome" como a Alemanha e produz como Marrocos. Este é o país da Ana Malhoa em cuecas; o país em que se deixam cair pontes; o país que ainda não "habla" outra língua por pudor ou tolice nacionalista; O país que só é país quando "lhe dá na bola"; o país ....O problema está para lá dos telemóveis e dos "multibancos", digo eu.
1 - em nenhuma ocasião este post quis mostrar a excelência de portugal por causa de um telemóvel (e as coisas que enumeras não constam no meu e, se constam, não sei servir-me delas)
2 - (sem ler nas entrelinhas) muitas vezes em portugal almocei uma bica e um croquete em pé, que me souberam mesmo bem. não vejo em que é que isso possa ser menos nobre do que almoçar num restaurante X *... posso mesmo dizer que vejo algum charme nessas pequenas coisas...
3 - o que o banco nos rouba é uma evidência, cabe-nos a nós controlar se não nos roubam mais do que é suposto... para além disso, isso não acontece só em portugal
4 - quanto ao trabalho é mais uma evidência, temos que trabalhar e lá porque os ordenados não são vergonhosos não significa que não possamos trabalhar em melhores condições.
5 - não há confusão nenhuma entre o que interessa e o que é acessório. este post foi tão simples como as palavras que o descrevem e não quis em momento nenhum discutir a economia portuguesa, mas apenas chamar a atenção para o facto de os outros países não serem sempre melhores do que portugal... para além disso, este post foi apenas fruto de algumas coisas que constatei durante o dia...
6 - as trocas que sugeres parecem-me irrealizáveis
7 - a primeira coisa que eu vejo quando olho para portugal não é a ana malhoa em cuecas nem a ponte de entre os rios... se calhar penso primeiro que temos um portugal da amália, da ponte sobre o tejo, do rio douro, da lisboa das sete colinas, do cozido à portuguesa, da ginja, dos caracois, do sto antonio s. joão, das 4 estações, das esplanadas ao fim da tarde, do movimento nocturno nas ruas, nos bairros populares e montes de coisas que podiam enumerar aqui mas estou a ficar sem espaço...
e por falar em acidentes... um exemplo... pensaste na russia?
8 - quase que me atrevo a dizer que somos o povo das línguas, por excelência... se viajares pelos países vizinhos (espanha, frança, italia...)vais ver o que é não falar outra língua por pudor ou tolice...
isto tudo para dizer que este post não era de todo para falar sobre os problemas económicos de portugal e de todas as consequências que possam advir daí...
não gosto de alimentar discussões nem manter assuntos "ao lume" indefinidamente. Leio a este blog porque gosto. Parece-me bem feito, dá sugestões interessantes de leitura, múscia e cinema. tudo devidamente ilustrado pelo autor com fotografias e imagens. E é esse lado pessoal que mais me agrada no azulturquesa: no fundo é um diário. E como diário que é, são aqui "postadas" opiniões pessoais e não tanto factos ou meras constatações. Não queria, por essa razão , responder ao comentário/ esclarecimento do autor: não só porque sendo uma opinião exige-se o habitual respeito e aceitação independentemente da minha/ nossa concordância mas também, porque uma resposta ao "esclarecimento" é necessáriamente o "arrastar" da controvérsia e de uma sucessão de "Comments" que se quer terminada. Contudo,porque me foi dirigida uma pergunta pessoal, entendo ser o meu dever deixar aqui a resposta. É o que se segue: O Portugal de que falas é (só pode ser)o "Portugal do Postal". Amália, ponte sobre o tejo, ponte do rio douro, lisboa das sete colinas, o cozido à portuguesa, a ginja, os caracois, o sto antonio s. joão, as 4 estações, as esplanadas ao fim da tarde, o movimento nocturno nas ruas, os bairros populares ... não há dúvida que são produtos bonitos para um qualquer catálogo turistico. Mas Portugal será isso? Não me parece. Quanto muito constituem uma imagem possível do país mas, ainda assim, uma imagem desfocada . São simples apontamentos (quase todos urbanos)que não cobrem (nem de perto)a realidade deste país e que possibilitam até uma leitura oposta à que lhe queres dar: - Amália é tristeza e encarana o lastro que prende Portugal à saudade do que nunca foi; - As pontes ( as que se mantêm de pé), são óptimas imagens de opções governamentais erradas ou pelo mnos criticàveis e caminho para filas sem fim que todos pagámos; - As colinas da Capital surgem como justificação para obras suspeitas do compadrio do costume e que também pagámos e continuamos a pagar; - Os cozidos, quem gostar que os coma e pague por eles aquilo que o Sr. empregado exigir nas tais esplanadas de que falas; Depois a tal ginga, e mais outra e outra ainda..."porque anda aí muito maluquinho na estrada e é necessário alguma coragem ao volante" ( em Portugal os acidentes de viação são a maior causa de morte de meninos entre os 15 e os 24 anos, na Rússia não sei.); Os santos populares, um produto municipal de baixo nível, uma espécie de circo, uma festa de bebâdos sem sentido e de mulheres com peixes na cabeça; o movimento nocuturno das ruas é o "queres háxe?" do costume, a que acrescento uma navalha apontada à garganta à "cáta" dos trocos de fim de semana. "e já agora... porque vives em portugal?" Sem querer ferir sensibilidades, podia responder simplesmente que não fujo por opção e por me faltar algum perfil de emigrante. Aquele perfil que parece possibilitar toda a ingenuidade quando nos referimos à "nossa terra"...ao "nosso Portugal". Mas a pergunta aponta para outra questão: o facto de opinar sobre o que vai mal é quase sempre quanto basta para ouvir: "tás mal muda-te". Ora, se há alguma coisa verdadeiramente Portuguesa é essa postura. A incapacidade de lidar com a crítica e/ ou não saber o que fazer com ela é sintomAtico de como vai este país. No fundo sabemos "qu'isto está tudo uma bela merda" ( para utilizar a expressão de um empregado de esplanada), mas respondemos com um " se não gostas mete de lado" a quem nos mostra o óbvio. Ora, eu não me vou embora, não desisto, é, para o bem e para o mal, aqui que vivo e, até decidir mudar-me, continuarei, com toda a legitimidade, a "apontar" o que entendo estar errado. Julgo mesmo que é necessário alguém cá dentro a pagar impostos para que outros possam cá vir "nas férias" comer caracóis, atirar as cascas para o chão e achar tudo muito bonito, digo eu.
concordo que a opinião exige o habital respeito e aceitação... mas parece-me que chegamos ao ponto em que isso está a deixar de acontecer...
não consigo encontrar explicação para a arrogância no discurso deste último comentário...
por isso, sugiro que se houver algum interesse em continuarmos esta discussão que o façamos em mllecoccinelle@gmail.com... a não ser que os leitores do azulturquesa (que hoje rebentaram as estatisticas de visita) queiram as coisas esclarecidas aqui...
7 comentários:
such as.....
such as... carregar o telemovel pelo multibanco, pagar as contas no multibanco, poder ver o saldo bancário em qualquer banco, utilizar o mail e internet como instrumentos de trabalho... entre outros... e que fique aqui esclarecido que não é só em portugal que os empreiteiros trabalham mal e a "más horas"... entre outras coisas... h. és tu? com este "such as" pareceu-me ouvir-te falar...
tudo isso que apontas como sendo "muitas coisas em que portugal (Portugal?) está à frente", não me parecem indicadores da excelência/ categoria de um país. De que vale um telemóvel ( com camara fotografica, mp3, agenda, gps, jogos java...)se continuamos a almoçar ao balcão uma bica e um "croquete"? ; de que vale a pena consultar o saldo bancário apenas para calcular o quanto o banco nos rouba mensalmente em juros, taxas e impostos?; de que vale o trabalho em casa (ou fora dela), quando os ordenados são apenas a caricatura da "devida" retribuição? Não quero criar polémica com este assunto mas parece-me haver alguma confusão entre o que realmente interessa e o que é claramente acessório. Concordo que nem sempre este país é tão atrasado quanto o pintam e que o esforço de modernização é evidente....ainda assim trocava os telemóveis ( de última geração com video chamada 3,5 G)e o dinheiro das operadoras, por escolas e faculdades "à séria"; a "internet mínima garantida", por formação tecnológica gratuita e para todos e trocava ainda todo o aparato informático dos bancos por maior sentido de responsabilidade social, juros mais baixos e melhores práticas para com a respectiva clientela.
Portugal, alguém o disse , "consome" como a Alemanha e produz como Marrocos. Este é o país da Ana Malhoa em cuecas; o país em que se deixam cair pontes; o país que ainda não "habla" outra língua por pudor ou tolice nacionalista; O país que só é país quando "lhe dá na bola"; o país ....O problema está para lá dos telemóveis e dos "multibancos", digo eu.
Só pode ser o R.
esclarecimento:
1 - em nenhuma ocasião este post quis mostrar a excelência de portugal por causa de um telemóvel (e as coisas que enumeras não constam no meu e, se constam, não sei servir-me delas)
2 - (sem ler nas entrelinhas) muitas vezes em portugal almocei uma bica e um croquete em pé, que me souberam mesmo bem. não vejo em que é que isso possa ser menos nobre do que almoçar num restaurante X *... posso mesmo dizer que vejo algum charme nessas pequenas coisas...
3 - o que o banco nos rouba é uma evidência, cabe-nos a nós controlar se não nos roubam mais do que é suposto... para além disso, isso não acontece só em portugal
4 - quanto ao trabalho é mais uma evidência, temos que trabalhar e lá porque os ordenados não são vergonhosos não significa que não possamos trabalhar em melhores condições.
5 - não há confusão nenhuma entre o que interessa e o que é acessório. este post foi tão simples como as palavras que o descrevem e não quis em momento nenhum discutir a economia portuguesa, mas apenas chamar a atenção para o facto de os outros países não serem sempre melhores do que portugal... para além disso, este post foi apenas fruto de algumas coisas que constatei durante o dia...
6 - as trocas que sugeres parecem-me irrealizáveis
7 - a primeira coisa que eu vejo quando olho para portugal não é a ana malhoa em cuecas nem a ponte de entre os rios... se calhar penso primeiro que temos um portugal da amália, da ponte sobre o tejo, do rio douro, da lisboa das sete colinas, do cozido à portuguesa, da ginja, dos caracois, do sto antonio s. joão, das 4 estações, das esplanadas ao fim da tarde, do movimento nocturno nas ruas, nos bairros populares e montes de coisas que podiam enumerar aqui mas estou a ficar sem espaço...
e por falar em acidentes... um exemplo... pensaste na russia?
8 - quase que me atrevo a dizer que somos o povo das línguas, por excelência... se viajares pelos países vizinhos (espanha, frança, italia...)vais ver o que é não falar outra língua por pudor ou tolice...
isto tudo para dizer que este post não era de todo para falar sobre os problemas económicos de portugal e de todas as consequências que possam advir daí...
e já agora... porque vives em portugal?
peço desculpa de feri algumas sensibilidades
não gosto de alimentar discussões nem manter assuntos "ao lume" indefinidamente. Leio a este blog porque gosto. Parece-me bem feito, dá sugestões interessantes de leitura, múscia e cinema. tudo devidamente ilustrado pelo autor com fotografias e imagens. E é esse lado pessoal que mais me agrada no azulturquesa: no fundo é um diário. E como diário que é, são aqui "postadas" opiniões pessoais e não tanto factos ou meras constatações. Não queria, por essa razão , responder ao comentário/ esclarecimento do autor: não só porque sendo uma opinião exige-se o habitual respeito e aceitação independentemente da minha/ nossa concordância mas também, porque uma resposta ao "esclarecimento" é necessáriamente o "arrastar" da controvérsia e de uma sucessão de "Comments" que se quer terminada.
Contudo,porque me foi dirigida uma pergunta pessoal, entendo ser o meu dever deixar aqui a resposta. É o que se segue:
O Portugal de que falas é (só pode ser)o "Portugal do Postal". Amália, ponte sobre o tejo, ponte do rio douro, lisboa das sete colinas, o cozido à portuguesa, a ginja, os caracois, o sto antonio s. joão, as 4 estações, as esplanadas ao fim da tarde, o movimento nocturno nas ruas, os bairros populares ... não há dúvida que são produtos bonitos para um qualquer catálogo turistico. Mas Portugal será isso? Não me parece. Quanto muito constituem uma imagem possível do país mas, ainda assim, uma imagem desfocada .
São simples apontamentos (quase todos urbanos)que não cobrem (nem de perto)a realidade deste país e que possibilitam até uma leitura oposta à que lhe queres dar: - Amália é tristeza e encarana o lastro que prende Portugal à saudade do que nunca foi; - As pontes ( as que se mantêm de pé), são óptimas imagens de opções governamentais erradas ou pelo mnos criticàveis e caminho para filas sem fim que todos pagámos; - As colinas da Capital surgem como justificação para obras suspeitas do compadrio do costume e que também pagámos e continuamos a pagar; - Os cozidos, quem gostar que os coma e pague por eles aquilo que o Sr. empregado exigir nas tais esplanadas de que falas; Depois a tal ginga, e mais outra e outra ainda..."porque anda aí muito maluquinho na estrada e é necessário alguma coragem ao volante" ( em Portugal os acidentes de viação são a maior causa de morte de meninos entre os 15 e os 24 anos, na Rússia não sei.); Os santos populares, um produto municipal de baixo nível, uma espécie de circo, uma festa de bebâdos sem sentido e de mulheres com peixes na cabeça; o movimento nocuturno das ruas é o "queres háxe?" do costume, a que acrescento uma navalha apontada à garganta à "cáta" dos trocos de fim de semana.
"e já agora... porque vives em portugal?"
Sem querer ferir sensibilidades, podia responder simplesmente que não fujo por opção e por me faltar algum perfil de emigrante. Aquele perfil que parece possibilitar toda a ingenuidade quando nos referimos à "nossa terra"...ao "nosso Portugal".
Mas a pergunta aponta para outra questão: o facto de opinar sobre o que vai mal é quase sempre quanto basta para ouvir: "tás mal muda-te". Ora, se há alguma coisa verdadeiramente Portuguesa é essa postura. A incapacidade de lidar com a crítica e/ ou não saber o que fazer com ela é sintomAtico de como vai este país. No fundo sabemos "qu'isto está tudo uma bela merda" ( para utilizar a expressão de um empregado de esplanada), mas respondemos com um " se não gostas mete de lado" a quem nos mostra o óbvio. Ora, eu não me vou embora, não desisto, é, para o bem e para o mal, aqui que vivo e, até decidir mudar-me, continuarei, com toda a legitimidade, a "apontar" o que entendo estar errado. Julgo mesmo que é necessário alguém cá dentro a pagar impostos para que outros possam cá vir "nas férias" comer caracóis, atirar as cascas para o chão e achar tudo muito bonito, digo eu.
concordo que a opinião exige o habital respeito e aceitação... mas parece-me que chegamos ao ponto em que isso está a deixar de acontecer...
não consigo encontrar explicação para a arrogância no discurso deste último comentário...
por isso, sugiro que se houver algum interesse em continuarmos esta discussão que o façamos em mllecoccinelle@gmail.com... a não ser que os leitores do azulturquesa (que hoje rebentaram as estatisticas de visita) queiram as coisas esclarecidas aqui...
(estou a brincar!!!... em relação aos leitores)
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