aos olhos dos nossos pais somos sempre pequeninos...
... a minha mãe, por partir deste princípio, por achar que eu não tenho talheres para receber pessoas em casa e por gostar muito da bodum, começou a fazer uma colecção de talheres para mim... mas como estes talheres vêm com uma revista, todas as semanas me envia, por correio, uns quantos... o problema é que nem ela, nem eu, depois de não sei quantos envios, sabemos a quantas andamos. então, a minha mãe pediu-me para contar os ditos talheres e enviar-lhe por mail as quantidades.... o que eu não sabia é que ela ía dar esse mail ao sr. do quiosque para ele, então, gerir a minha colecção de talheres... e foi hoje que ela me disse que ele devia ser tão desorganizado como nós porque lhe disse que faltavam apenas 3 colheres de sobremesa, coisa que a deixou desconfiada... eu sorri... e, com esta história, lembrei-me das listas que fazia, em folhas de linhas, e que dava aos meus pais, com os números de cromos que me faltavam, e de eles me dizerem que íam tentar passar pela estação de comboios do rossio e ver se encontravam os cromos "dificeis" para eu conseguir acabar a caderneta...
7 comentários:
Para todos os que tivemos cadernetas- e eu tive muitas porque a minha mãe trabalhava na baixa e almoçava depressa - o sr. que estava à porta da estação era uma figura mágica. Nunca vou esquecer a sensação de ter na mão aquelas montanhas de cromos que passava rapidamente enquanto murmurava: repetido, repetido, repetido até encontrar o que faltava...
Hoje sei que a minha mãe gostava tanto ou mais das cadernetas do que eu, entusiamava-se sempre com os achados e ajudava-me a colá-los para não ficarem tão tortos... nas minhas primeiras cadernetas ainda tinha de usar cola.
Mas o melhor mesmo era começar uma nova!
Muito bonito este post- e a imagem de Tom Sawyer, bem escolhida...
grande post!
bom....este fez-me procurar a minha caderneta do "william fogg".
o que encontrei lá dentro supreendeu-me: uma lista com nomes de "amiguinhos" com quem trocava cromos. O Pedro Duarte, em troca do n.º 7, 28, 32 e 45, deu-me o 54 (era dos tais dificeis, mas mesmo assim acho que fui gamado...). Que será feito deste gajo? lembro-me que usava cabelo à escovinha, uns óculos pretos enormes e nunca comia a sande de marmelada ao lanche: escondia-a na mala numa confusão de migalhas e guardanapos velhos. Ainda assim era o maior no que tocava a colecções - sempre o primeiro a acabar as cadernetas e sempre com um ou dois maços de cromos, seguros por elásticos. Atacava sempre da mesma forma: enterrava as mãos nos bolsos enormes dos calções azuis e disparava a ciganice do costume - "olha lá queres trocar?"
...those were the days...
Os meus avós eram os meus cúmplices das colecções de cromos...
E nós não trocámos cromos do astérix, já nos anos 90?
é verdade! quando andavamos no liceu... eramos uns quantos e havia também o bando "das escadas" quando nos encontravamos ao fim do dia iamos ao "bilene" de 5 em 5 minutos comprar as famosas carteirinhas de cromos... ainda havera cadernetas à venda?
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