cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes * philippe besson

one of the secrets of a happy life is continuous small treats * iris murdoch

it's a relief sometimes to be able to talk without having to explain oneself, isn't it? * isobel crawley * downtown abbey

carpe diem. seize the day, boys. make your lives extraordinary * dead poets society

a luz que toca lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nos * mia couto





20.12.05

gosto desta casa... é antiga... tão antiga que o simples facto de andarmos faz tilintar os copos e as garrafas... e temos que pôr chouriços de pano, no chão, junto às portas, para não entrar o frio... e o cheiro e a cor dos móveis fazem-me pensar nos dias em casa da minha avó... quando andava no meu triciclo vermelho pelo corredor, que me parecia enorme, tudo tremia naquela casa...
...e faz-me pensar também nos dias em que a minha mãe saía mais cedo do trabalho para me levar ao médico, que ficava no camões... era um prédio muito antigo, a sala de espera tinha cadeiras forradas a veludo vermelho e os móveis eram castanhos e enormes... eu não gostava nada de ir ao médico, detestava as mãos frias da assisente a despirem-me, aquela espátula para observar a garganta... mas isso tudo era compensado pelo facto de estar mais tempo com a minha mãe... e depois, nesses dias, ela comprava-me livros numa papelaria que ficava lá em frente, para eu não ter medo... e o médico, quando me vinha embora, oferecia-me sempre uma seringa de plástico para eu brincar. eu ficava feliz com isto tudo e por pensar que só tinha que lá voltar dali a muito tempo...

6 comentários:

Anónimo disse...

e aquela porta altamente estranha que tinha uns corrimoes em volta. altamente sinistro.

Anónimo disse...

Ao ler as memórias de ir ao médico e comendo uma sandes de queijo de cabra, lembrei-me de quando a minha filha era pequena. Devia ter uns 15 meses e estavamos de férias no p.de campismo com uns amigos.Á noite estava ela já preparada para ir para a cama, de banhinho tomado com o seu baybegrau côr de rosa vestido e perfumadinha e nós ainda jantavamos, estavamos a comer um queijo muito mal cheiroso e ela pediu um bocadinho, eu cheia de medo que lhe fizesse mal, só lhe dei mesmo um pedaçinho, mas ela gostou tanto que pediu mais, a chorar e a fazer birra: dá, dá, dá e eu não lhe queria dar pq cheirava mesmo mal. A minha amiga(a louca nº. 1)é que disse: não faz mal, dá-lhe. Qd lhe dei mais, a satisfação foi tão grande que ria e chorava ao mesmo tempo.
E esta lembrança vem-me sempre à cabeça, quando como queijo com cheiro/saber mais acentuado. amo-te minha filha.

J. disse...

pois então foi nesse dia que me deste cabo da linha!!!

Anónimo disse...

Pois é.
É a mania de fazer as vontadinhas
Mas eu acho que continuas na linha, só tens que ter postura

Anónimo disse...

SE NÃO VIESSE A LIÇÃO NÃO ERA DIA NÉ MAMÃ

Anónimo disse...

ADORO LER OS VOSSOS COMMENTS FAMILIARES!
SÃO TÃO QUERIDOS....!
NADA MELHOR QUE A CUMPLICIDADE ENTRE MÃE E FILHOS, MESMO À DISTÂNCIA........