cela me rassure d'avoir la confirmation qu'il est des choses qui demeurent intactes * philippe besson

one of the secrets of a happy life is continuous small treats * iris murdoch

it's a relief sometimes to be able to talk without having to explain oneself, isn't it? * isobel crawley * downtown abbey

carpe diem. seize the day, boys. make your lives extraordinary * dead poets society

a luz que toca lisboa é uma luz que faz acender qualquer coisa dentro de nos * mia couto





21.4.13

mais despedidas




é uma semana de despedidas, de muitas surpresas e as lagrimas acabaram por vir, com soluços e tudo, na sexta-feira à noite. eu estava no balcao principal da mediateca, tinha um papel com uma lista enorme de coisas para fazer antes de me vir embora e por isso estava concentradissima no ecra do computador e na lista. à minha frente passavam-se uma série de coisas sem que eu desse por nada. quantas vezes, quando estou naquele balcao, olho la para fora para ver quem passa ou o que se passa, para sorrir a quem entra. mas ontem era um dia de chuva, uma noite fria, de nevoeiro cerrado, estava tudo calmo menos eu que estava atarefada. depois do trabalho, às oito, eu ia para casa porque ninguém me tinha respondido ao mail "petit resto avant mon départ?". às cinco para as oito vou ligar o microfone para fazer o anuncio do fecho da mediateca e vejo um pano cor de rosa, uma garrafa de champagne e varios copos pousados num cantinho da porta. "que imagem bonita" pensei a olhar para o céu cada vez mais baixo. faço o anuncio, arrumo as ultimas coisas, desligo os computadores, agarro na caixa e vou fechar a porta. "que estranho nao se ver ninguem..." penso comigo, antes de carregar no botao e decido sair para espreitar para quem seria a surpresa e, de repente, vejo uma data de gente a sorrir para mim, a gritar e uma rolha pronta a explodir. foi nesse momento que se apoderou de mim maria madalena, por nada as lagrimas queriam deixar de deslizar de repente, encontrei-me com um ramo de flores na mao, um copo de champagne na outra, duas cartas para chorar compulsivamente ler em voz alta. tantas pessoas que conheci nesta associaçao intercultural que desceram, cada uma da sua montanha, neste fim de tarde de abril. todos à chuva e ao frio a beber champagne a rir (e a chorar) e a conversar e posso dizer com toda a certeza que foi a primeira vez nestes anos todos a viver em frança que bebi copos, de pé, na rua (e à chuva) e senti uma alegria imensa nisso.

Sem comentários: