« lisbonne métropole tellement marqué par les ailleurs et les lointains et pourtant une ville ou l’on aimerait rester toujours … »
hoje de manhã veio a mme c., leitora dos sábados.
ao incío achava-a antipática. nunca lhe saía um « bonjour » ou « au revoir ». comecei a adoptar o mesmo tratamento e desde então, não sei se por isso, ela mudou de atitude. hoje quando chegou, devolveu um livro e levou outro que estava reservado para ela, é uma leitora de reservas. e depois, sem saber bem como, disse-me « foi você que disse a uma amiga minha que ía haver uma noite de fados? » eu não sabia, porque não conheço as amigas dela, mas disse-lhe que sim, que no dia 25 de abril iria haver uma noite de fados. perguntei-lhe se queria que lhe enviasse as informações por correio e ela disse-me que sim… e depois, como se a máscara lhe caisse, começou a dizer-me que adorava fado e que ía passar as próximas férias em portugal, que tinha alugado um apartamento em alfama, que tinha procurado aqui e ali… e ficamos um bocadinho a conversar perguntou-me se eu era de lisboa, disse-lhe que sim e falei-lhe de algumas coisas a não perder… e ela ficou por aqui a ouvir-me falar… e quando se foi embora peguei neste livro, que tantas vezes por razões profissionais me passou pelas mãos e que apenas folheei à procura de imagens. hoje abri-o e li-o, em francês, e pensei que desde que estou aqui tenho um olhar diferente sobre tantas coisas e também sobre portugal… que tenho aprendido mais sobre a cultura e tradições do país do que nos 29 anos vividos em lisboa.
ontem fui a casa da m. ela passou por aqui ao meio dia e como eu ia almoçar sozinha perguntou-me se eu queria almoçar em casa dela, que ia fazer bacalhau à braz e que era uma boa ocasião para eu aprender. eu aceitei. fui e voltei mais rica. agora já posso convidar a c. e o m. cujo filho vai casar-se com uma portuguesa e cozinhar-lhes outra coisa para além de pasteis de bacalhau com arroz de tomate.
e os sábados parecem-me tão ligeiros…
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