8.5.25

Trabalhadora

 


No dia da trabalhadora falhei. Não fiz o TPC. Não apareci à reunião. Porém era um dia importante. No dia do trabalhador não trabalhei. Foi também para isso que se fez o primeiro de maio. Primeiro de Maio tem um peso muito maior do que 1 de maio.  

Podia vir aqui falar da responsabilidade feminina em todos os trabalhos, mas não me apetece falar nisso. Hoje estou boreout, como li ontem num sítio qualquer. A informação é tanta que uma pessoa já não sabe onde lê o quê. Preparem-se que eu hoje estou um verdadeiro clichê. Suspeita-se que o boreout está do lado oposto ao burnout, mas há dúvidas quanto a isso. Em todo o caso, são conceitos novos que fazem parte da vida profissional. Da labuta. O trabalho dá cabo da vida de uma pessoa. Onde é que já se viu numa sociedade avançada uma pessoa trabalhar cinco dias e folgar dois? Precisávamos de outro primeiro de maio para resolver esta questão. É que nem cinco nem quatro. Avançamos a passinhos pequeninos, como as crianças que metem um pé à frente o outro para medirem o tamanho da baliza improvisada. Daqui a vários anos, quando já não estivermos cá e se estudar o nosso tempo nos livros de história, quero acreditar que os filhos dos filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos vão perceber que não nascemos para trabalhar, mas para pensar, para ler, para ver passar as estações do ano et j’en passe ou então para viver como os gatos. Quem vos diz isto é a mesma que sempre apregoou que nunca seria capaz de não trabalhar. Mas a idade é um posto sábio. Por isso, sim, venha a tecnologia fazer tudo por nós, não precisem de mais pessoas para trabalhar para que possamos dedicar-nos às coisas que são realmente importantes.

Guardem as notas do monopólio, porque na minha realidade vão ser precisas. 

Mais trabalhadoras

2 dedos de conversa

A gata Christie 

Quinta da Cruz da Pedra

Gralha Dixit 

Panados com arroz de tomate

Boas intenções 

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